Camila Martins: Três segundos de frente para o abismo (2022)

Camila Martins é paulistana, socióloga e atua há mais de uma década como jornalista. Depois de tanto escrever para os outros, iniciou a travessia para encontrar uma escrita que transforme em linguagem seus desejos e experiências. Cursa a pós-graduação em Formação de Escritores, no Instituto Vera Cruz, e o Curso Livre de Preparação de Escritores com foco em Poesia , na Casa das Rosas. Três segundos de frente para o abismo é seu livro de estreia.


Os poemas a seguir foram selecionados do livro Três segundos de frente para o abismo (Tamuatá, 2022).



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a floresta
exige presença
com o corpo inteiro




se a cabeça
vaguear
ela cobra

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Carol Ruiz: Raízes (2022)

Carol Ruiz (@miacarolruiz) nasceu em 1989, em Campinas. É escritora, revisora de textos e roteirista audiovisual, com formação em Letras pela PUC-Campinas. Apaixonada por cinema e literatura, Carol mantém diários de infância e poemas engavetados que escreveu na pré-adolescência. Fascinada pelo universo místico e pelos mistérios do inconsciente, Carol investiga o feminino, o mitológico e o telúrico em seu livro de estreia, Raízes (Patuá, 2022).


Os poemas a seguir foram selecionados do livro Raízes (Patuá,, 2022).

HERANÇA DO TEMPO


mesmo quando a saudade parece encoberta
a memória vem à tona e derrama
na folha de papel
uma gota amarga de orvalho

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Verônica Ramalho: Três Línguas (2021)

Verônica Ramalho tem dois olhos míopes e uma língua lépida nascidos em Santos, litoral de São Paulo, em uma segunda-feira de tempestade em 1987. Formada em Imagem e Som pela Universidade Federal de São Carlos, dirigiu curtas-metragens e trabalhou por dez anos como cenógrafa para televisão, teatro e cinema. Atualmente é tradutora e escritora. “Três línguas” é seu segundo livro, contemplado pelo edital de fomento ProAC.


Os poemas a seguir foram selecionados do livro “Três línguas” (Córrego, 2021).



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Guilherme Pavarin: o maquinário fantasma (2022)

Guilherme Pavarin nasceu em São Paulo em 1987. Estudou Letras na Universidade de São Paulo, onde faz mestrado em Literatura Brasileira.



Os poemas a seguir foram selecionados do seu primeiro livro o maquinário fantasma (Urutau, 2022).



CÂMARA ESCURA

Como a luz da estrela já morta,
cada coisa caminha
para o seu contrário.

O macaco se torna jaula.
Os frutos laivam as máquinas.
E os desertos clamam
línguas e dromedários.

Por isso, me diz o espectro,
não dê ao destino tanto gosto.
Quando pensar ter em mãos
sua caveira, o mais fulcral dilema
talvez lhe ocorra
de tantas prudências
ter preterido outros opostos.

É desse espanto
(em tropeços por litorais
os crepúsculos em riste)
que entendemos cada tendão
um sustentáculo de dois
ou mais eclipses.

Por isso cante.
De todas as artes,
alguma lhe será inútil
e com sorte sua ruína.

Apenas cante, ele assobia.
Cante, cante as fraturas
dessas túnicas de ossos.

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