Diogo Cardoso é bacharel em Letras pela Universidade de São Paulo. Participou de diversos projetos literários, dentre eles o sarau Faça pArte, em parceria com o departamento de cultura de São Bernardo do Campo, Leitores itinerantes, sob curadoria de Tarso de Melo e foi um dos curadores do projeto Clarice Lispector:. Frequentou diversas oficinas literárias, dentre elas Tantas Letras, sob coordenação de Tarso de Melo, e de Criação poética, sob coordenação de Claudio Willer. Têm publicações em diversas revistas literárias, impressas e virtuais, dentre as quais Polichinello, Zunái, Mallarmargens e O Cacto. Atualmente, é integrante do coletivo Tantas Letras.
Os poemas a seguir foram selecionados do livro Sem lugar a voz (Dobradura Editorial, 2016).
OS FOGOS
minha voz grita
a distância que seus cabelos
cantam fogos ateados.
o grito bate nos cabelos,
voz de fogo ardendo púrpura em sua
boca que guarda esse meu grito oco.
longe.
o desespero queima as idades,
meu grito estancado no vento
onde seus cabelos deitam
carícias que minha voz guarda silêncios.
– seus cabelos de rosáceas mudas.
grito o desespero oblíquo de não tocar-me
os seus cabelos que não
me batem luzes líquidas
a sua boca que guarda
em mim o seu silêncio
– grito que seus cabelos em minha boca
sepultam
o que de ti me calo