Vitor Resquin: Árido (2020)

Vitor Augusto Resquin Rodriguez, poeta e educador. Filho de um casal da zona leste paulistana: do pai, a maldição do samba; da mãe, o terreiro; da vida, a capoeira. Autor de Naufragar como Verbo (2017) pela Editora Reformatório e sua mais recente publicação Árido (2020) pela Editora Penalux.

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Os poemas a seguir foram selecionados da obra Árido (2020)




BANZO

São dois rios intransponíveis,
coisa que paira e bruma acumula.

A pressa ainda é menina e disfarça dor,
beijos em velame-do-campo,
mil estrelas, ainda, banzam meu amor.

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Giselle Vianna: Eclíptica (2019)

Giselle Vianna nasceu em 1981 na cidade de Campinas-SP. É poeta, pesquisadora e ecoeducadora. Formada em Direito pela USP, é doutora em Sociologia pela Unicamp, com pesquisas sobre trabalho escravo contemporâneo. 

Publicou os livros de poesia Interpeles (Editora Komedi, 2008), premiado pelo Fundo de Investimentos Culturais de Campinas e Pau-rodado (Editora Patuá, 2016), participando de antologias e revistas literárias. Organizou também o livro Tempo de Jabuticabas (2016), lançado pela Editora Pontes. Eclíptica (Benfazeja, 2019) é seu livro mais recente, reunindo poemas escritos em Veneza durante pesquisa realizada na Università Ca’ Foscari.

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Os poemas a seguir foram selecionados do livro Eclíptica (Benfazeja, 2019).



VENEZA

deflora
meu medo
com o sal
dos navegantes
depõe
sobre os canais
abertos
e os varais
atentos
o sol
do instante
deserta
minhas veias
com a deriva
de tuas vias
com tua noite
naturalmente
fria
deflagra em mim
teu ciclo
e despista
o fatalismo
de meu vício tropical

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Marcelo Torres: Saindo sem avisar/Voltando sem saber de onde (2020)

Marcelo Torres escreveu Vertigem de Telhados (poemas, 2015) e nadar em cima da rua (poemas, 2015) editados pela Kazuá, Páthos de Fecundação e Silêncio (poemas, 2017), Poemas tímidos e gelatinosos (2019) editados pela Patuá e Saindo sem avisar/Voltando sem saber de onde (poemas, 2020) editado pela Córrego. O autor nasceu em Pernambuco na cidade de Palmares no ano de 1984.



Os poemas a seguir foram selecionados da obra Saindo sem avisar/Voltando sem saber de onde (Córrego, 2020). Disponibilizamos também um breve recorte da recepção crítica da obra.



QUEM SABE

Na diafaneidade
do escuro
das alamedas
paulistas
teus olhos/lumes/linces
ágeis
atingem um passante
de relance
que não sabe
de suas recordações
começa um lance
aqui talvez
quem sabe
G./grifado
teu jeito na mesa
com uma bebida
como se fosse um raminho
manuseado para lavar
o corpo
tua boca/instalação rubra
dobradura/cerejeira
ressoa na semana
inteira
graça oceânica
em dias quase pacatos
eu tudo invento
madeiras multicoloridas
de meu barco/cenário
com o figurino
de teu perfil
o que queria – só por hoje –
aclarado
para não te estafar
era estar conglutinado
ao teu lenço/perfume
martelando a serenidade
das cabeças falantes

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Marcio Aquiles: A Implosão do Significante Paranoide na Constelação de Aquário

Marcio Aquiles é escritor e crítico teatral. Autor dos livros O Eclipse da Melancolia; O Amor e outras Figuras de Linguagem; O Esteticismo Niilista do Número Imaginário; Delírios Metapoéticos Neodadaístas, entre outros. É um dos autores da obra Critical Articulations of Hope from the Margins of Arts Education (Routledge). Neste ano, publicará A Odisseia da Linguagem no Reino dos Mitos Semióticos, pela Editora Primata.


Abaixo alguns poemas de seu projeto A Implosão do Significante Paranoide na Constelação de Aquário, de poesia visual pelo Instagram (@marcioaquiles).



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Mariana Varela: Enigmas de jaguar e jasmim (2020)

Mariana Varela Camara, poeta nascida em setembro de 1991, publicou Tempestade Musicada pela Editora Primata (2018) e Enigmas de Jaguar e Jasmim pela Editora Urutau (2020). É cientista social formada pela Universidade de São Paulo com mestrado em sociologia pela Universidade Nova de Lisboa. 



Os poemas a seguir foram selecionados da obra Enigmas de Jaguar e Jasmim (Urutau, 2020).



IMAGEM E PARTE


Você me diz imagem

Eu tropeço no sol,
verdadeira miragem.

Você me diz máquina

Eu rejeito
E com o tempo planto
maracujás e larvas.

Você me diz pedra

Eu revolvo o âmago
Cato a pedra e quero
quebrar a máquina.

Você me diz pássaro

E lamenta o canto agudo
de um rio esquecido
na Amazônia.

Cavo um buraco
em cada palavra
que me dizes

Buscando tirar delas
seu sangue-fato

Mas fracasso.

Caio de novo
no papel em branco

Imagem Máquina
Pedra Pássaro

Lembro de cada coisa
Sua infinita dor
E parto.

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