Susanna Busato: Moldura de Lagartas (2020)

Susanna Busato é poeta e professora de poesia brasileira (Unesp). Autora dos livros de poemas Corpos em Cena (Ed. Patuá, 2013),  finalista do 56º Prêmio Jabuti, em 2014 e Moldura de Lagartas (Selo Demônio Negro, 2020). Publicou a plaquete Papel de Riscos, pelo Centro Cultural São Paulo, em 2013. Ganhadora do Mapa Cultural Paulista, categoria Poesia, em 2010. Tem poemas publicados em vários sites e revistas de poesia e literatura. Participou da Mostra “Poesia Agora” no Museu da Língua Portuguesa (2015), na Caixa Cultural do Rio de Janeiro (2017) e na Caixa Cultural de Salvador (2017). Como declamadora, participou do Recital Multitudo Haroldo de Campos, no Itaú Cultural (2011), em São Paulo e do Recital Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros (homenagem a Oswald de Andrade), na FLIP em Paraty (2012), com patrocínio do Itaú Cultural.



Os poemas a seguir foram selecionados do livro Moldura de Lagartas (Selo Demônio Negro, 2020).




CANTIGA DE ESPERA



A saudade boa ressoa
como uma vontade louca
como uma sede
lambida no rosto
do tempo deposto.
A saudade costura
a palavra ainda crua
como um dardo na mente
a fustigar a espera
lenta
do encontro
nascente.

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Renato Mazzini: O último verão de nossos inimigos (2020)

Renato Mazzini (1981) nasceu, vive e escreve em Santa Fé do Sul, interior de São Paulo. Trabalhou com rádio, escreveu crítica musical e foi professor de inglês. Publicou os livros de poemas “Paisagem com dentes” (Oficina Raquel, 2009), “Aqui começa a Antártida” (Patuá, 2015), “História inconclusa de la velocidad” (Zindo y Gafuri, Buenos Aires, 2016) e “O último verão de nossos inimigos” (Urutau, 2020). Teve poemas publicados em diversos veículos, impressos e virtuais no Brasil, Argentina e México.



Os poemas a seguir foram selecionados do livro “O último verão de nossos inimigos” (Urutau, 2020)”.



O ÚLTIMO VERÃO DE NOSSOS INIMIGOS


Tenho uma mão boa
e essa mão desempenha bem
com uma faca
sobre troncos de árvore e sobre
meu próprio coração

Tenho um olho bom
e esse olho desempenha bem
com uma luneta
perseguindo obsessivamente
a tolice da terra firme


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João Henrique Balbinot: Meta amorfoses de um corpo abjeto (2020)

João Henrique Balbinot, paranaense de interior, nasceu em 1989. É um artista multiexperimentalista e também psicólogo. Como escritor, publicou os livros de contos “No arco-íris do esquecimento” (Multifoco, 2012) e “Permeabilidades do intransponível” (Patuá, 2016), e também os livros de poesias “Pequenezas e outras infinitudes” (Multifoco, 2014), “O medo de tocar o medo” (Patuá, 2018) e “Meta amorfoses de um corpo abjeto” (Patuá, 2020). Mantém no Instagram a página @poesia_fugidia onde compartilha seus escritos e colagens analógicas. Contato: jh_balbinot@hotmail.com



Os poemas a seguir foram selecionados do livro Meta amorfoses de um corpo abjeto (Patuá, 2020).




NO CÉU, O QUE NOS ESPERA

Palavras perdidas de vôo
Empedrados pássaros
Calcificam-se no ar parado da tarde
E caem meteóricos
Mascarados pelo excesso de luz

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Maurício Simionato: O AradO de OdarA (2021)

Nascido em Assis (SP), jan/1973, e morador de Campinas (SP), Maurício Simionato é
poeta e jornalista. Lançou os livros de poesias “Impermanência” (2012, selecionado
pela Secretaria de Cultura de Campinas para publicação), “Sobre Auroras e
Crepúsculos” (Ed. Multifoco, 2017), lançado na Bienal do Livro do Rio/2017, e “O
AradO de OdarA” (Patuá, 2021). Teve poemas publicados em diversas revistas
especializadas em literatura e em mais de dez antologias poéticas. Como jornalista, foi
correspondente na Amazônia.



Os poemas a seguir foram selecionados do livro O AradO de OdarA (Patuá, 2021).





TRIGRAMAS



Na infância, esqueci
quem fui.

Na velhice, lembrei
quem era.

Após a morte,
voltei a ser
o que se é.

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Layla Gabriel de Oliveira: O que há por trás da porta (2020)

Layla Gabriel de Oliveira (1999) é poeta, professora e graduanda em Letras na UFPR. Foi finalista do Prêmio Off-Flip de Literatura (2020 e 2021), e do Concurso de Contos Luci Collin (2020). Teve poemas publicados em mídias como Revista Torquato e Literatura BR. O seu livro de estreia, O que há por trás da porta, foi publicado em 2020 pela Kotter Editorial.



Os poemas a seguir foram selecionados do livro O que há por trás da porta (Kotter Editorial, 2020).



ODE À FACA NA MINHA GARGANTA

como caco de vidro
eu engulo a palavra
que desce furando
abrindo buraco
vazando poema

eu engulo um caco
onde fura a palavra
que abre descendo
uma porta de sono
uma ponta de faca

eu abro uma porta
que aponta o poema
engulo onde vaza
e desce do sono
a palavra que
de vidro

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