Giovana Cristina Bastos é paulistana de 2000. Através da palavra, tenta ressignificar o termo “griô” em sua genealogia, unindo memória e presente em projetos possíveis de futuro. Participou da antologia “Cartografias – vol. 1: contos de autoras brasileiras” (2022) com o conto “Água Doce”, publicou a plaquete “Axolote” (2023) e o livro “Caranguejo” em 2024, todos pela Editora Primata.

foto: Mare Mongelos
Os poemas a seguir foram selecionados do livro “Caranguejo” (Primata, 2024), disponível para compra neste link.

DIVÃ COM MINHA BISAVÓ E OYÁ
Homem, mato e reduzo a barro,
com minha mão e meu braço
belo e forte, torneado.
E depois banho as crianças,
impávida,
sem mágoa.
Liberdade,
no futuro, anglicismo
e uma carteira de trabalho: no fear,
sem medo, no fear.
Revés do açoite, cigana,
mulher que é lâmina,
sol nascente,
costela do impotente.
Viro do avesso uma víscera
e danço.
Penteio e tranço
as coroas crespas
das mulheres banto.