Registro do evento NOITE PRIMATA #4, realizado na Livraria Patuscada no dia 17/08/2023. Participações: Anna Clara de Vitto, Daniela Rezende, Giovana Cristina Bastos, Giselle Vianna, Flora Miguel, José Antonio Gonçalves, Samara Belchior e Tóia Azevedo.
Giselle Vianna
Sinais de Saturno #3
Registros do evento Sinais de Saturno #3, realizado na livraria Ponta de Lança no dia 25/05/2023. Curadoria e Apresentação: Luís Perdiz e Vanderley Mendonça. Poesia: Anderson Lucarezi, Cibely Zenari e Ikaro Maxx. Música e poesia: Giselle Vianna.
Giselle Vianna: Eclíptica (2019)
Giselle Vianna nasceu em 1981 na cidade de Campinas-SP. É poeta, pesquisadora e ecoeducadora. Formada em Direito pela USP, é doutora em Sociologia pela Unicamp, com pesquisas sobre trabalho escravo contemporâneo.
Publicou os livros de poesia Interpeles (Editora Komedi, 2008), premiado pelo Fundo de Investimentos Culturais de Campinas e Pau-rodado (Editora Patuá, 2016), participando de antologias e revistas literárias. Organizou também o livro Tempo de Jabuticabas (2016), lançado pela Editora Pontes. Eclíptica (Benfazeja, 2019) é seu livro mais recente, reunindo poemas escritos em Veneza durante pesquisa realizada na Università Ca’ Foscari.
Contato: [email protected]
Os poemas a seguir foram selecionados do livro Eclíptica (Benfazeja, 2019).
VENEZA
deflora
meu medo
com o sal
dos navegantes
depõe
sobre os canais
abertos
e os varais
atentos
o sol
do instante
deserta
minhas veias
com a deriva
de tuas vias
com tua noite
naturalmente
fria
deflagra em mim
teu ciclo
e despista
o fatalismo
de meu vício tropical
Giselle Vianna: Interpeles (2008)
Giselle Vianna nasceu em Campinas-SP em 1981. Formada em Direito pela USP, é mestre e doutoranda em Sociologia pela Unicamp. É autora do livro Interpeles (Editora Komedi, 2008) e organizadora do livro Tempo de Jabuticabas (Editora Pontes, 2016). Idealizou o Coletivo Ocupecompoesia, que promove ações político-poéticas na cidade de São Paulo.
foto: André Gomes de Melo
Os poemas a seguir foram selecionados do livro Interpeles (Editora Komedi, 2008).
ME
ilumina-me
pensava ele diante
do vagalume:
então o dissecava
até o caroço da morte
mas aprendi anatomia
consolava-se em pânico
diverte-me
pensava ele diante
do brinquedo eletrônico:
então o destroçava
e remontava
triunfante
ama-me
pensava ele
diante de Ana: